sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

E o Resultado do ENEM?

Quando fui eleito para o governo do estado em 2002 resolvi chamar o IPEA, o IBGE, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, a Vale do Rio Doce, a Alumar , sindicatos e entidades de classe, assim como políticos, professores e estudiosos para discutir o Maranhão.
Saber por que o nosso estado era tão pobre, verificar quão pobres éramos e fazer a comparação dos nossos indicadores com outros estados, com a região e com a média brasileira e, principalmente, ver quais caminhos tínhamos para mudar a realidade que oprimia e humilhava o nosso povo.

Essas reuniões foram fundamentais para entendermos o que se passava e principalmente formularmos o nosso plano de governo.

Porém, o que ouvimos ali, principalmente dos técnicos do IPEA, foi muito doloroso. O Maranhão havia perdido terreno em todos os setores e a comparação com outros estados e com a média nordestina e brasileira era deprimente para qualquer um de nós. Éramos simplesmente os últimos do país em educação, saúde, renda, mortalidade infantil, expectativa de vida, saneamento básico, energia rural, Pronaf, produção agrícola, analfabetismo, exclusão social, IDH etc.

Era um horror! Um dado que chamou a atenção de todos era de que para atingirmos a média nacional de qualidade na educação ( dados de 2002) precisaríamos de 54 anos, se continuássemos com o mesmos métodos que encontramos ao assumir o governo.

Esse foi o desafio que se impôs ao governo e que tínhamos que vencer. E que o império de comunicação da família Sarney se esforçava para esconder. Aliás, o Senador José Sarney disse em notória entrevista à revista Carta Capital que ele tinha rádios, jornais e televisões porque era político, ou seja, disse que o império de comunicações que tinha era para fazer política e obviamente para moldar as coisas ao modo que lhe interessava. Fazer, no limite, o que fazem hoje: caluniar, mentir, deturpar notícias e principalmente esconder tudo o que fazem de errado e (o mais importante para ele) se auto-elogiar. E defender seus interesses sejam eles quais forem.
O problema é que já são muito conhecidos e desacreditados. Eu sofri a maior campanha que alguém já sofreu no Maranhão, acusado de tudo, mas o povo soube ver que mais uma vez mentiam e insultavam e quem venceu a eleição fomos nós, mesmo com o apelo desesperado que fizeram ao Presidente Lula para ajudá-los a se salvar.

Em 2002 os indicadores da área da educação mostravam o resultado de anos de abandono criminoso e o enorme descaso pela melhor ferramenta à disposição da população para ascensão social. Não tínhamos ensino médio, que existia em apenas 25% dos municípios, e o número de alunos matriculados era por isso mesmo irrisório e não passava de 72 mil. Na universidade só tínhamos cerca de 3% da população. Ao conhecer esses dados ficava mais fácil compreender a razão de tantos outros dados vergonhosos.

Vimos que se não partíssemos para resolver os problemas encontrados na educação não iríamos a lugar nenhum. Universalizamos a oferta de ensino médio para todo o estado, contratamos e capacitamos professores, partimos para uma política de melhoria nos salários dos mestres e para um programa de construção de escolas modernas e dotadas de equipamentos que melhorassem a aprendizagem. Dentro de pouco tempo a agenda evoluiu e passamos a lutar pela melhoria da qualidade de ensino no estado.

Os resultados foram animadores e saímos dos últimos lugares nos exames do Enem. E isso se consolidou e na sexta feira a grande imprensa nacional começou a publicar os resultados do Enem realizados agora. O império ficou caladinho, nenhuma linha foi impressa. Dar noticia boa? De jeito nenhum! Mas como esconder que o Maranhão vai consolidando um novo patamar na educação comparativamente com outros estados? Eles sabem que o grupo político que defendem causou um grande desastre no setor educacional do estado e que isso foi preponderante como principal causa da pobreza no estado.

O resultado conforme publicado na Folha de São Paulo de sábado passado mostra que o Maranhão, em redação e na prova objetiva, ficou na frente de Pernambuco, Pará, Paraíba, Mato Grosso, Rondônia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Roraima, Sergipe, Piauí e Tocantins, tanto na avaliação do ensino público, quanto na do ensino privado. E praticamente empatado com o Ceará.

Portanto continuamos a evoluir e consolidamos novos patamares muito mais honrosos e com o sentido correto.

É impressionante a desenvoltura com que tentam criar lideranças nacionais no setor educacional a despeito desses supostos especialistas terem participação importante em governos que levaram o estado a esses resultados.

É acreditar muito na força da sua mídia!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Uma Eleição muito Importante

Neste ano renovam-se todas as administrações municipais do país. No Maranhão, é ano de consolidação dos avanços políticos que tivemos em 2006. São etapas de uma luta pela libertação do nosso estado de um jugo perverso de dominação política por um grupo que atrasou o Maranhão profundamente e por muito tempo.

A etapa mais importante e que, por isso mesmo, teve grande repercussão nacional, foi a de 2006 que tirou das mãos de uma família o governo do estado e as bases de seu imenso poder. Eles contiveram uma parte da debandada dos políticos com um processo contra a diplomação do Governador, mandando os seus meios de desinformação colocar que a perda do mandato de Jackson era iminente e que Roseana voltaria para se vingar daqueles que abandonassem o grupo.

Porém, sabem que isso não funciona para sempre e sabem que a renovação das administrações municipais é vital para seus interesses. Nenhum de nós pode se sentir confortável com isso e temos que encarar as próximas eleições com a mesma importância que os adversários do Maranhão a encaram.

Temos que prestigiar em primeiro lugar todos os que estiveram firmes conosco naqueles dias difíceis, não os abandonar, para que sintam a solidariedade política de grandes lideranças que tem responsabilidade com o futuro do estado. Sei por experiência própria que, se correr frouxo, os Secretários de Estado e os dirigentes tentarão fazer sua própria política pessoal, ajudando grupos que não estiveram com Jackson em 2006, tentando conseguir compromissos políticos para eleições de deputado em 2010. Isso é desastroso, pois só estarão na verdade ajudando a alimentar a oligarquia e a história mostra que geralmente esses acordos nunca são cumpridos nas eleições futuras. Esses dirigentes precisam entender que suas chances de vitória política só existirão se o governo for vitorioso, pois se não for, prevalecerá a vontade dos vencedores e eles serão vistos como perdedores e assim serão tratados. O poder é efêmero.

Temos que criar lealdades políticas, pois essas são as únicas que ficam e pesam sempre.

Para vencermos precisamos estar unidos. Precisamos nos reunir novamente e com o governador montarmos a nossa vitória. Eu já demonstrei tudo que estou dizendo, quando abri mão de um mandato e da tentação de tantos acordos oferecidos por acreditar no Maranhão e no seu futuro, sabendo que se deixasse o governo, toda a luta estaria perdida e a oligarquia continuaria atrasando o Maranhão.

O atraso do nosso estado em relação a todos os estados da federação tem uma única causa: a política aqui implantada pelo clã Sarney. O Maranhão não se atrasou por termos aqui secas, aridez nas terras, ausência de bacias hidrográficas relevantes, distúrbios climáticos, tsunamis, ciclones, tempestades, vendavais, terremotos. Nada disso nós temos. O que tivemos, em abundância, foram políticos que só pensavam em aumentar o seu próprio patrimônio, em enriquecer e ter mais poder. O efeito disso é muito pior que adversidades climáticas e naturais, pois existem exemplos sem fim de estados ou países com todos esses problemas, porém, desenvolvidos e prósperos. Ao contrário do que mostra a grande maioria dos países africanos, que são ou foram governados e dominados por “elites”, e que são os mais atrasados e miseráveis do mundo, independentemente da existência de petróleo, diamantes, ouro, grandes bacias hidrográficas etc.

Portanto, se a causa dos nossos problemas é política, é nela que teremos que encontrar as nossas soluções. Lideranças comprometidas com um Maranhão melhor é que irão modernizar nossas instituições, tornando-as resistentes aos maus políticos que sempre existirão. A população precisa se conscientizar disso e participar.

A Eliane Cantanhede, respeitada jornalista que tem uma das colunas mais lidas da Folha de São Paulo, maranhense, escreveu sexta-feira em sua coluna uma história deliciosa e reveladora do caráter das pessoas a despeito do que tentam aparentar e mostrar. Esse caso ,que envolve um ex-presidente, mostra bem como o poder e ambição levam pessoas a agir, sem nenhuma ética, na surdina dos gabinetes de Brasília, e mostra como o Senador José Sarney queima inimigos políticos. A jornalista conta que Sarney se reuniu com a Ministra Dilma Roussef para informá-la que se tornara urgente a nomeação de um candidato dele para a Eletrobrás, nome que, segundo consta, a Ministra teria uma resistência menor. Isso porque, alertou Sarney, o Senador Garibaldi Alves, Presidente do Senado, estava vindo atropelar a todos impondo um nome sem experiência para o cargo, constrangendo o Presidente Lula e a própria Ministra. Assim tornava-se urgente a nomeação do seu apadrinhado para evitar a jogada de Garibaldi.

A informação vazou e os jornalistas correram para saber de Garibaldi quem era o seu indicado para a Presidência da Eletrobrás e lhe contaram a historia. Ele deu muitas gargalhadas e disse que então já existia indicação “laranja” para os cargos, pois, ele desconhecia o assunto e não estava indicando ninguém já que, segundo ele, no Rio Grande do Norte não há quadros qualificados para esse cargo.

Quanta ética, hein, Senador Sarney? Que papelão! Um Ex-Presidente do Brasil que, para ter poder, se sujeita aos piores papéis. É o “rei do setor elétrico”, como diz a Veja, em plena ação. O que será que ele ganha com tanto cargo no setor elétrico?

Os governos estão todos procurando focar seus objetivos. Agora é São Paulo na Educação. A Veja publica, na seção Páginas Amarelas, uma importante entrevista com a Secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, abordando o novo enfoque do Governo José Serra para melhorar a qualidade do ensino no estado, copiando e adaptando o que foi feito em Nova York com muito sucesso.

É um caminho.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Um Grande Político

Logo após o rompimento com a oligarquia, um querido amigo perguntou-me com quantos deputados eu contava na Assembléia e eu respondi que não sabia, dando a mesma resposta para perguntas semelhantes sobre outras instituições. Ele virou-se para mim e disse: “quer dizer que entras em uma briga com o Sarney, sem ter apoio na Assembléia, no Judiciário, na Imprensa? Ficaste louco?! O homem tem grande influência em todos os poderes, serás presa fácil”. Eu disse a ele que meu objetivo não havia sido brigar com ninguém, mas que não abria mão de mudar a agenda do governo, trocando o enfoque dos programas que passariam a ter como prioridade melhorar o IDH. Isso e outras coisas mais levou os donos do poder a abrirem guerra contra mim. E, assim, não havia me preparado para a luta, mas eu sabia o que fazer para poder agüentar o que viria daí para a frente.

A oligarquia espalhava que o impeachment era iminente e a Assembléia iria me tirar do cargo em poucos meses. Dediquei uma parte do meu tempo a trabalhar para que, nas eleições para Presidente da Assembléia, que estavam chegando, tivéssemos um candidato forte e confiável, e, sobretudo, comprometido com novos tempos para o Maranhão. Isso era fundamental para a estabilidade do meu governo, assim como o é, para todos os governadores que tem a família Sarney como adversária.

Com a Assembléia sob comando do grupo Sarney e, apoiados na força da mídia sarneysísta, seriam criados fatos contra o governo cuja finalidade é criar um ambiente favorável a um golpe com aparência legal, licenciando na marra o Governador e abrindo caminho para a tomada do poder – obsessão do ex-dono do Maranhão.

Com o governador fora do poder e sem apoio da Assembléia este não conseguiria reunir força suficiente para voltar. A Assembléia é como a rainha no jogo de xadrez. Perdendo-a ficaria muito difícil resistir. No mínimo não teria tranqüilidade para governar.

Tínhamos vários quadros, entre os deputados, com o perfil desejado na casa e eu me fixei no nome de João Evangelista, que é um político extraordinário, com ampla experiência como parlamentar, como vereador e deputado.

Quando era Vice-Governador havia me aproximado muito de João Evangelista e criado, além da amizade uma grande admiração por ele, como político e homem integro.

Foi a nossa primeira grande vitória contra Sarney. Tivemos que enfrentar o poder de fogo da mídia sarneysista, que joga sujo e faz intriga como está se repetindo agora. Não desistem. Passamos por cima de todas as armadilhas, das pendências judiciais protelatórias, das intrigas, e na última hora, com a derrota iminente, nem apresentaram candidatos. Era a primeira vez que isso acontecia e teve grande repercussão política, pois ficou claro que nós estávamos dispostos a lutar e que os enfrentaríamos.

Essa vitória foi muito importante para o meu destino como Governador do Estado, e mostrou aos políticos e à sociedade, que podíamos vencer o medo que dominava o Maranhão e que Sarney não era imbatível. Foi um divisor de águas. Foi a primeira derrota importante da família no estado.

A postura sincera de João Evangelista e seu trânsito entre os deputados foi muito importante para a vitória.

E ele me ajudou muito a governar e a implantar grandes conquistas para a sociedade com ajuda dos deputados e dos prefeitos. Com Roseana Sarney no governo, o orçamento, além de ser uma peça de ficção, era praticamente secreto, pois só Jorge Murad que o elaborava e o conhecia. Os deputados aprovavam o orçamento em seções rapidíssimas sem ao menos saberem o que continha. Aquilo era um arremedo de democracia como, na verdade, era tudo no Maranhão. E decidimos que os deputados teriam direito, não só de conhecer como também de propor emendas destinando recursos para obras em seus municípios. O Maranhão mudava e relações entre os poderes também, como foi com o Judiciário e o Ministério Público.

João Evangelista abriu a Assembléia para o povo e passou a fazer audiências públicas sobre temas relevantes para a sociedade, com grande sucesso e participação. João Evangelista é um grande político, um grande homem e um presidente de poder democrata e ativo. Além de ter muito caráter.

O Governador Jackson Lago teve a sorte de contar com ele na presidência da Assembléia. Como havia sido comigo é sempre leal e atuante, tranqüilizando o governador, garantindo que aquele poder está em mãos seguras, longe do canto das sereias, e infenso a propostas golpistas de um grupo que só pensa em poder e inclusive mantém uma questão na justiça eleitoral tentando roubar o mandato do governador com um processo totalmente viciado, aliás, como sempre.

João Evangelista, atualmente em licença médica, rezamos muito por sua recuperação. O governador precisa muito dele e o Maranhão mais ainda. Sua licença mostra a sua importância como demonstra a confusão gerada por ambições pessoais, legítimas, mas totalmente fora de hora e contexto, que só animam o grupo Sarney, rejeitado pelo povo, mas, que tenta aproveitar todos os momentos para tentar criar intrigas, tentando ganhar vantagens. Fique atento, Governador, pois o Senador José Sarney jogará todas as suas fichas no controle da Assembléia.

Falei com Georgina, esposa de João, sexta-feira, e as noticias são tranqüilizadoras.

Força, meu querido amigo João, que você é muito forte e vai vencer mais essa!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Será Verdade?

O Senador José Sarney deu uma entrevista em um dos órgãos que formam o seu império de comunicações dizendo que é da paz, que sempre foi da paz e que só quer o bem de todos. Praticamente disse que é um incompreendido em sua própria terra e que ninguém o entende.

E aproveitou para reclamar da “Frente de Libertação”, dizendo que não precisaria ser formada, pois ele nem disputa mais eleições no Maranhão. Acho que está muito traumatizado com a “Frente” e o que ela conseguiu fazer nas últimas eleições do estado em que ele conheceu pela primeira vez o travo amargo da derrota, algo impensável para o ex-presidente, principalmente porque a candidata era Roseana Sarney Murad, considerada imbatível por todos.

Difícil é reconhecer qual é o José Sarney em que vale acreditar, se o José Sarney que escreveu seu famoso artigo, também publicado em um dos órgãos do seu império de comunicações, no dia primeiro de janeiro deste ano, ou este da recente entrevista. Qual é o verdadeiro? No primeiro caso o que mostrou pela primeira vez foi todo o ódio que traz dentro de si, mas que é contido, porque não é de bom tom que um homem que foi Presidente da República, imortalizado pela Academia Brasileira de Letras, mostre esses sentimentos vis, como o ódio (que ele sempre jurou ser imune) e agora este José Sarney da nova entrevista, que mais parece um pastor do bem que só quer a paz. Qual será realmente o legítimo?

No dia primeiro de janeiro foi impossível se conter. Afinal era dia de posse no governo do estado, do seu inimigo histórico Jackson Lago, que venceu em pleito sua filha Roseana Sarney que ali estava como sua sucessora no comando da oligarquia, um feito que jamais será esquecido.

Naquele dia passou por cima de todas as conveniências e práticas de boas maneiras e também pelo politicamente correto que é, em caso de perda de eleição, não passar recibo. A dor era maior, não conseguiu se conter, e o ódio rolou solto, sem revisão e sem freios em um impulso irresistível.
Insultou como nunca, rogou as pragas do inferno para seus inimigos que iriam arder para sempre em caldeirões que permeavam os seus desejos de atingir seus adversários e inimigos políticos, eu principalmente.

Naquele dia era a primeira vez em 40 anos que uma pessoa indicada por ele ou um membro de sua família não assumia o governo do estado. Não dava para se conter mesmo.

Prometeu que eu seria preso, como de fato fui mais tarde, entre as penas que me desejava aqui na terra, fora aquelas que me desejava no mundo das trevas como se referiu.

Fui preso em um estranho processo em que a culpa principal era uma obra de grande valor que supostamente teria dado à Gautama, conforme está no processo acusatório, sem levarem em conta ou não saberem que a licitação já havia sido feita dois meses antes da prisão e que a Gautama não se classificou, e que participaram 21 empresas e quem ganhou foi a Construtora Sucesso, a mesma que foi contratada por Roseana Sarney para fazer o primeiro trecho. Muito estranho, não é Sarney? Como já sabia em janeiro que eu seria preso em maio?

Foi tão obscuro que o jornalista Melquíades Filho, em artigo na Folha de São Paulo, mostra a sua perplexidade com a chamada “Operação Navalha” e a maneira como atuou e prendeu tanta gente.

O ex-presidente fala em paz e se disse preparado para a derrota enquanto seu império de comunicações bate forte em quem estiver no governo. Vão muito além da oposição política para quase sempre partir para a mentira e a desinformação, a calúnia e o ataque sem limites tentando intimidar. Fala em paz, enquanto tenta jogar a opinião pública contra o governo Jackson Lago em campanhas que muitas vezes beiram a irresponsabilidade, enquanto seus holofotes tentam fomentar greves sem fundamentos.

No entanto, se realmente quisesse a paz seria muito fácil mostrar que mudou e agora finalmente quer ajudar o seu estado. Basta fazer um gesto que todas as dúvidas e incredulidades seriam superadas.

E o gesto é fácil de fazer, pois só depende dele. Bastaria retirar o processo que está no Superior Tribunal Eleitoral com o qual pretender cassar o mandato do Governador Jackson Lago.

Seria um gesto e tanto! Dá para acreditar nisso?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Oportunidades para o Maranhão

Uma vitória excepcional do meu governo foi o IDH, que em 2001 era de 0,636 e em 2006 passou para 0,705. Éramos os últimos do país e agora temos o Piauí e Alagoas atrás de nós.
No Produto Interno Bruto, o Maranhão logrou o segundo crescimento do país em 2005. Um feito e tanto. E na renda per capita tivemos no ano de 2005 a maior taxa de crescimento entre todos os estados e também saímos do último lugar.

Mas ainda temos 30 municípios entre os 100 mais pobres do país, embora em 2001 participássemos com 75...

Esses municípios estão localizados no Baixo Parnaíba, Munin-Lençóis, e no Litoral Ocidental do Estado. Não fazem parte do Alto Turi como alguns técnicos pensam que seja a região mais pobre do estado.

Precisamos focar as ações básicas de desenvolvimento prioritariamente nesses municípios. Nada mais justo e urgente, pois se observarmos o IDH e o Índice de Exclusão Social (IES), veremos que esses municípios estarão encabeçando a lista dos mais carentes do estado. São eles: Central do Maranhão, Santa Quitéria, São Vicente Férrer, Bacuri, Apicum-Açu, Icatu, Morros, Pedro do Rosário, Timbiras, Paço do Lumiar, Cururupu, Governador Nunes Freire, Cachoeira Grande, Cajapió, Mirinzal, Matões, Peritoró, Santa Rita, São Francisco do Maranhão, Primeira Cruz, Santo Amaro, Axixá, Santana, Presidente Juscelino, Cedral, Duque Bacelar, Bela Vista, Pio XII, Alto Alegre e Parnarama.

Algumas ações são listadas pelo professor José Lemos como contribuição nessa focalização. Uma das mais importantes é o PRODIM, fazendo dele um efetivo instrumento de geração de renda via projetos estruturantes próprios a cada município e a cada região. Existem recursos e maneira de usá-los por intermédio de Associações, desde que elas sejam legítimas. É à prova de desvios.

Outra sugestão é um projeto já existente de revitalização de bacias hidrográficas e que com uma efetiva base técnica envolvendo gente competente, com treinamento, é também importante projeto estruturante. Além de recuperar os nossos rios, permite aos ribeirinhos plantar culturas de ciclo curto e frutíferas além de tornar os ribeirinhos guardiões dos nossos rios e não predadores como hoje.

Nas regiões de semi-árido há vocação natural para o plantio de caju. Basta, segundo o Professor Lemos, usar tecnologia de transposição de copas e plantio de cajueiros anão precoce e via PRODIM e outras fontes construir usinas beneficiadoras de castanha. Como o Ceará, o Rio Grande do Norte e o Piauí conseguem produzir mais caju do que o Maranhão?

Os “pequenos negócios” devem ser estimulados. O BNB tem linha de crédito para essas atividades a juros interessantes. O Professor Lemos sugere que Governo, através da Secretaria de Industria e Comércio e o SEBRAE poderiam criar equipes para desenharem os projetos e treinar as pessoas que tenham vocação e talento para negócios.

Com o segundo maior rebanho bovino do Nordeste e com potencial para criar ruminantes de pequeno porte (ovinos e caprinos no semi-árido) pode-se preparar projetos de indústrias de curtume e de trabalhos com couros e pele de animais. Isso a Paraíba faz com grande eficiência com um rebanho que é muito menor que o nosso. O município de Tejuçuoca, no Ceará, tem na criação de caprinos a principal fonte de renda. Eles fazem a “Tejubode” que é uma feira anual onde é vendido tudo de caprinocultura. Há até mesmo artesanatos belíssimos! E o Professor pergunta: se eles podem porque não nós também?

Ainda no setor de criação, o Maranhão pode produzir derivados de leite. Dos mais de 800 municípios mineiros, pelo menos 1/3 terço tem produção de doce de leite, queijos, iogurtes, e outros derivados de leite entre suas principais fontes de renda.

Ele chama atenção para a necessidade da inclusão do Maranhão na região formalizada como semi-árido, para ter acesso aos programas para essas regiões. As que são atendidas por esses programas têm IDH maiores que as cidades do nosso semi-árido que não participam deles. É questão de pressão política.

O Professor Lemos tem uma série de sugestões importantes. Seria bom organizar uma palestra, seguida de debates, já que ele tem muita experiência nesses assuntos, além de sólida formação acadêmica.

Para o Maranhão como um todo, o Professor chama a atenção para a importância cada vez maior do agronegócio como formador de renda no país. A soja, por exemplo, experimenta uma fase de preços altamente compensadores também em face de novos usos, como principal componente do biodiesel, por exemplo, que é energia verde com grande futuro.

Mas indica a cultura do milho como altamente promissora e de preços compensadores em longo prazo. O governo americano estabeleceu novas regras para a utilização de etanol na frota de carros daquele país, a maior do planeta. Os agricultores dos Estados Unidos estão dirigindo toda a sua enorme produção para a produção de álcool, já que naquele país não existem condições climáticas para a produção de álcool de cana de açúcar, tendo que utilizar outras fontes, sendo o milho a principal delas. Como existe uma grande demanda mundial para o milho, usado na alimentação humana e na ração para animais os preços subiram para ficar em novo patamar tornando altamente compensador plantá-lo. E o milho assim como a cana de açúcar pode ser cultivado pelos agricultores familiares que precisam ser treinados e ajudados com assistência técnica, abrindo uma enorme oportunidade de formação de renda para milhares de pessoas em nosso estado. O PRONAF constitui então importante alavanca para viabilizar a produção.

Ao contrário do que imaginam alguns profissionais, que deveriam estar melhor informados, a taxa de inadimplência no PRONAF é baixíssima, menos de 6% nas modalidades A e B e de 1,8% nas modalidades de crédito C,D e E. A inadimplência relaciona-se com a não sustentabilidade econômica e com a falta de assistência técnica.

E o vento? A tecnologia transforma vento em energia e em muito dinheiro. E nosso estado é privilegiado nesse assunto. Uma grande oportunidade empresarial se abre no Maranhão. É um grande negocio e uma fonte permanente de renda!

Vou falar nisso em próximos artigos.

Quero parabenizar os pesquisadores Luis Fernando Lobato e Débora Cristina Vilas Boas que são os primeiros mestres, pelo ITA, em Engenharia Espacial do Maranhão que irão compor o Instituto de Tecnologia Espacial do Maranhão (ITEMA). Esse programa foi criado pelo meu governo, por meio da Secretaria de Ciências e Tecnologia e da FAPEMA, em 2005, assim como o ITEMA.

Será que essa também abafarão? Dizem que o nome é “Operação Primogênito”. Não será fácil.

Vamos chamar o professor?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Maranhão e o Gás

Estranhamente os governos que me precederam não se importavam com os assuntos referentes a energia e nem com os recursos minerais do estado. Não havia na estrutura do governo nenhum organismo para cuidar desses estratégicos assuntos. Os nossos vizinhos, para não ir muito longe, deram o devido valor e se deram bem saindo na frente.
No governo Fernando Henrique, quando se estudou os gasodutos para a expansão da oferta de gás, o Maranhão não deu a mínima importância e por isso ele só chegou até o Ceará, mais precisamente ao Porto do Pecém. Esse porto, que operacionalmente é muito inferior ao nosso, o Itaqui, acabou ficando mais estruturado e com melhores condições de atração de empresas. O gás foi fundamental para consolidar o porto que apresenta condições de operação de navios muito difíceis e o transformou em sério competidor que acabou por atrair o terminal flutuante de regasificação de GNL da Petrobras, o que o levará a ser porto importador regional de gás liquefeito para distribuição nos estados vizinhos, dando-lhe vantagens econômicas.

Nessa época, o Maranhão era governado por Roseana Sarney, que havia extinto a Secretaria de Agricultura do Estado, abandonando milhares de pessoas na área rural. Também não tínhamos educação de segundo grau, nem Secretaria de Ciência e Tecnologia, nem FAPEMA, Secretaria de Meio Ambiente, nem equilíbrio fiscal. Não tinha nada que pudesse alavancar projetos para o desenvolvimento. Só tinha a Secretaria do Jorginho Murad.
Não faltava apoio político e a família que chefiava o governo tinha até Ministro de Estado no governo de Fernando Henrique. O que faltava era interesse de desenvolver o Maranhão e tirar o atraso e a pobreza que era enorme, mas não sensibilizava os governantes.
Quando assumi como governador, procurei restaurar as funções do governo e o enfrentamento da pobreza e preparar o estado para o desenvolvimento. Recriei secretarias e criei outras, além da FAPEMA, e em junho de 2002 constitui a Companhia Maranhense de Gás – GASMAR com sede em São Luís e com área de atuação e distribuição de gás em todo o estado do Maranhão. Precedeu a Secretaria de Minas e Energia que criei mais tarde.
Partimos imediatamente para o projeto que foi chamado de Gasoduto Meio Norte e que se destinava a trazer o gás canalizado do Ceará para o Maranhão passando pelo Piauí. Foram dezenas de reuniões com o Ministério de Minas e Energia e com a Petrobrás , foram feitas licitações e fomos avançando em nosso objetivo de dotar o Maranhão de gás.
O Gasoduto do Meio Norte é uma obra importante e que trará muitos empregos já na sua construção. Tem extensão de 1. 895 Km, atendendo várias cidades do interior, e tem orçamento estimado de R$ 2 bilhões.
Sempre tivemos a simpatia do Ministério, pois temos mercado consumidor e um porto que é o mais importante da região e do Brasil, que atrai muitas empresas e que com o gás atrairá muito mais. Durante todo esse tempo buscamos enquadrar o gasoduto no CDE que é um fundo constituído pela Lei 10.438 que reúne recursos oriundos de contas pagas pelos consumidores e que seria o financiador da obra.
Esse projeto vem sendo conduzido pela GASMAR que tem como Presidente Telma Thomé, escolhida pelo governador Jackson Lago e que no meu governo foi Secretária de Minas e Energia. Ela tem muito conhecimento e experiência na área onde atua há muitos anos e o projeto está em boas mãos.
O projeto para construção do tramo principal, com 948 Km e orçamento estimado de R$ 1,2 bilhão, encontra-se apto ao enquadramento orçamentário do CDE. Essa obra tem um prazo de construção de 24 meses e estimativa de gerar 2.800 empregos no pico da obra e 5.000 após a implantação e entrada em operação comercial.
Com 100% do projeto conceitual, 100% dos levantamentos aerofotogramétricos, 100% do licenciamento ambiental do IBAMA e 100% de autorização da ANP para inicio das obras o projeto esta pronto para enquadramento no Orçamento Federal. Os nossos deputados federais precisam conhecer esse projeto tão importante para o desenvolvimento do estado e assim garantir a sua inclusão no orçamento da união.
A Petrobrás comunicou a GASMAR em oficio, outra boa notícia, a inclusão do mercado do Maranhão no planejamento da importação do GNL a ser feito através do terminal flutuante de regasificação de GNL do porto do Pecém no Ceará. Essa importação será feita pela GASMAR .
Portanto, poderemos ter gás dentro de pouco tempo, mesmo antes de ficar pronto o Gasoduto, que será a solução definitiva.
Quando penso que poderíamos ter esse gás já há uns sete anos e que a falta de interesse e competência, que foi a marca predominante dos governos que me precederam, nos fez perder tempo e posição regional, deixando outros estados saírem na frente em áreas em que não tem condições de competir conosco. Dá pena!
Outra alternativa de suprimento de gás natural e que depende apenas do posicionamento definitivo dos órgãos ambientais, especialmente o Ibama, são as áreas do Espigão, Oeste de Canoas e São João, no Município de Barreirinhas. Elas poderão ser exploradas comercialmente e representar importante alternativa de suprimento de gás. Essas áreas eram consideradas inativas com acumulações marginais e foram leiloadas pela ANP em outubro de 2006. No leilão todas as áreas do Maranhão tiveram vencedores, todas com ágio acima do preço mínimo. Vamos esperar então o pronunciamento dos órgãos do setor.
Esse é mais um exemplo, entre tantos, de como eles atrasaram o Maranhão e privaram a nossa população de tantas oportunidades de emprego e desenvolvimento. Teria sido desinteresse ou incompetência?
‘Eta’ herança danada!