quarta-feira, 31 de março de 2010

Blog do Zé Dirceu

Ontem, lendo o Blog do Zé Dirceu vi uma inserção sua em que aborda o desfecho da Convenção do PT no Maranhão. O texto continha afirmações que só podem ter sido passadas pelo senador José Sarney, como sempre querendo queimar adversários.

Fiz um comentário e o enviei ao blog do ex-ministro. Dizia mais ou menos assim: Fiquei lisonjeado ao saber que o Dirceu é leitor do meu Blog e o que o problema é que o único interlocutor dele com o Maranhão é Sarney. Que eu sou do PSB, da base de apoio de Lula, sempre votei em Lula, nunca redigi nada que atacasse o presidente e nem o PT e que eu votarei em Dilma.

Que lamentava que aqui Lula só se importasse com Sarney, ao ponto de menosprezar outras forças políticas que já venceram e vão vencer de novo os Sarney. E que Flávio é do PCdoB, eleitor de Dilma que venceu limpamente a convenção, enfrentando o jogo pesado do governo estadual e federal e que isso precisa ser respeitado, porque nada do que foi decidido aqui contraria ou afronta as diretrizes nacionais do partido que priorizam a candidatura de Dilma.

Vitória torna sonho realidade

A repercussão política da vitória de Flávio Dino foi enorme em todo o Maranhão. Não há quem não a comente e quem não queira se aproximar dele. É a inovação, a esperança que finalmente se torna realidade. É o sonho que persiste na cabeça dos maranhenses, inconformados com o abandono, a pobreza e a falta de perspectivas de um povo que vive em um estado com as possibilidades do nosso.

Então é natural que exultemos com esse sentimento invencível de mudança da mesmice política que a dominação dos Sarney impôs a nossa terra. Não dá mais para agüentar e esse sentimento é bem expresso pelos 65% da população que exige mudanças. Flávio Dino já personificava o agente desta mudança. O povo e a classe política esperavam pela confirmação de sua liderança, de demonstração de sua força como um líder que empolgasse e lhes desse a confiança de que teria força para enfrentar e vencer os Sarney.

Ontem veio essa confirmação. Roseana, na sua imaturidade política, movida pelo medo de se confrontar com Flávio, jogou tudo e se expôs demais tentando inviabilizar a temida candidatura. Ela e toda a família estão agora amargando e culpando a todos que a incentivaram nesse malogro. Ela desafiou Flávio Dino e armou para ele o palco para a sua afirmação. E ele aproveitou bem, pois jogava no seu campo político. O estranho no ninho não era Dino. Era Roseana.

O PT do Maranhão sempre foi hostil aos Sarney. Sempre combateu os desmandos da família e da oligarquia. Nunca abaixou a cabeça. Ela desprezou tudo isso e imaginou que a cooptação – temporária, naturalmente - da classe política pelos meios conhecidos, indicava-lhe o caminho para também cooptar o partido. Foi para cima do presidente Lula também supondo que sua força indiscutível a ajudasse a dobrar o PT no estado.

Lula encarregou a direção nacional do partido de atender Roseana. Mas a direção sabia que a prioridade não era Roseana, e sim Dilma. Sabiam ainda que Flávio era membro proeminente da base de apoio a Lula e, por conseqüência, da de Dilma, e que ele faz parte do partido mais leal ao presidente. Por tudo isto, devem ter concluído que a tarefa era um mico gigantesco. E entraram então no jogo político das aparências, de mostrar os dentes, mas não as garras. Roseana não valia tanto.

O valoroso PT do Maranhão não se intimidou, não se entregou, não se submeteu às propostas desesperadas da senhora governadora. E venceu com Flávio, antigo e respeitado ex-petista, oxigenando e restaurando a imagem do partido no Maranhão. Flávio, mesmo sem as “armas de Roseana”, impôs-se porque encontrou muitos petistas dispostos a lutar contra a degradação irreversível do partido. E a vitória se fez!

A repercussão deste episódio foi brutal. O Maranhão acordou outro, pois encontrou, junto com todos que pensam assim, a liderança que conduzirá finalmente às mudanças que darão a face definitiva ao estado: de justiça, de oportunidades, de combate à corrupção, de apoio ao cidadão e de seriedade na condução dos assuntos e negócios relevantes ao nosso desenvolvimento como unidade federada. Chega de atraso!

A vontade de Roseana Sarney em não enfrentar Flávio é tão grande que ela passou por humilhações que a sua arrogância como filha de José Sarney talvez nunca tivesse experimentado. Teve que suportar inicialmente o apoio envergonhado dos que a apoiavam no PT, quando, na solicitação de coligação com ela, não tiveram coragem de escrever seu nome, preferindo pedir a coligação com o PMDB, PSB, PDT, PC do B, etc.

O documento foi tão estapafúrdio que mereceu até mesmo uma reprimenda da executiva nacional do PT. O presidente do partido disse que conteúdo do referido expediente era tão confuso que, se fosse vencedor, poderia motivar qualquer daqueles partidos citados a avocar a coligação, incluindo o PC do B, cujo candidato explícito era o Flávio. Isto foi tema de vários discursos na convenção. Ridículo e humilhante. E Roseana, tal a sua fragilidade, aceitou e nada disse.

Mas o pior estava ainda por vir. Na reunião de uma parte do PT com ela, que aconteceu no Palácio dos Leões, teve que ouvir verdades que ela nunca esperou ouvir. E sem responder, ficou calada. Afinal, não queria que nada interferisse no seu projeto de inviabilizar Flávio Dino.

Ainda assim, em determinado momento do encontro, um dos presentes externou o sentimento de todos aqueles que se sentiam constrangidos em participar de uma coligação com ela o governo. Disse então que estavam ali não porque gostassem dela. Mas para atender uma diretriz da direção nacional. E que ela não atacasse aqueles que lá não foram, pois eram petistas verdadeiros e lhe atribuíam a responsabilidade por todos os males que aconteciam no Estado. Foi assim. De forma direta e objetiva. Estavam sofrendo constrangimento, mas conseguiram enquadrar a governadora frente à situação vexatória que ela lhes causara.

Roseana se expôs demais. A derrota, mesmo com o jogo pesado do governo, vai lhe custar muito caro. Flávio Dino agora desponta como um farol. E junto com ele estará o povo que quer mudanças já! A classe política virá ao seu tempo...

Parabéns a todos aqueles que possibilitaram a vitória. Parabéns ao Flávio Dino pela maneira limpa e transparente como lidou com tudo, as ameaças, as notícias plantadas, as tentativas de cooptação habituais utilizadas pela governadora e seus agregados, limpos ou não.

Flávio já é vencedor. É homem que permitirá aos maranhenses encerrar de vez essa longa noite de pobreza e atraso a que foi submetido pelo domínio da oligarquia.

Em frente, Flávio Dino!

Não adianta apelar. Flávio foi o escolhido governador no Encontro do PT .

Não adianta apelar. Já está decidido: o Encontro estadual do PT maranhense decidiu sobre tática eleitoral apoiar a pré-candidatura a governador de Flávio Dino. O próprio secretário nacional de Organização Paulo Frateschi, que acompanhou todo o Encontro, descartou qualquer possibilidade de intervenção do Diretório Nacional no PT maranhense. " As regras foram seguidas, tem uma proposta vencedora e é essa que o Partido dos trabalhadores vai trabalhar', confirmou o resultado Frateschi.

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Em Defesa do Partido dos Trabalhadores - PT

• Nos dias 26 e 27 de março, o Partido dos Trabalhadores, reunido em Encontro Estadual de Definição de Tática Eleitoral, aprovou a coligação com o PCdoB, PSB e os movimentos sociais em apoio à candidatura de Flávio Dino ao Governo do Estado do Maranhão e à candidatura de Dilma a Presidência da República.
• A maioria dos delegados presentes ao encontro rejeitou qualquer aliança, no Estado do Maranhão, com o PMDB e o DEM, da governadora Roseana Sarney.

• O encontro foi aberto pelo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e acompanhado pelo secretário nacional de Organização, Paulo Frateschi, que acompanhou a proclamação do resultado pelo presidente estadual, Raimundo Monteiro.

• A decisão do encontro está em consonância com as decisões do 4º Congresso Nacional do PT. O PCdoB e o PSB fazem parte do arco de alianças aprovado no 4º Congresso, integram a base de sustentação do Governo Lula e a aliança de sustentação da candidatura de Dilma à Presidência da República.

• Durante o encontro não houve nenhum questionamento sobre o processo de decisão da tática eleitoral. Como a decisão do encontro contrariou os interesses do Palácio dos Leões, o senador José Sarney pressiona o Diretório Nacional do PT e o presidente Lula para anular a decisão soberana do Partido dos Trabalhadores no Maranhão.

• Em defesa da aliança do PT com o PCdoB, o PSB e os movimentos sociais, conclamamos todos os filiados do PT e a militância dos movimentos sociais a se reunirem em plenárias municipais de defesa do Partido dos Trabalhadores.

• Em defesa da aliança do campo democrático e popular, convidamos todos os filiados do PT , os militantes dos movimentos sociais e todos os cidadãos e cidadãs para uma reunião, quarta-feira, 31 de março, às 18:30hs, na sede do Diretório Estadual do PT, localizada na Rua do Ribeirão, 238.

São Luís, 30 de março de 2010

Augusto Lobato
Vice-presidente do PT-MA

Bira do Pindaré
Secretário de Organização

Fábio Rocha
Secretário de Comunicação

Janete Amorim
2º vice presidente

Genilson Alves
Secretário de Formação

Raimundo Dutra(Dutra de Caxias)
Secretário de Mobilização

Valdinar Barros
Líder da Bancada na AL

Márcio Jardim
Vogal

Maria Adelina(Dada)
Vogal

segunda-feira, 29 de março de 2010

As Isabellas do Maranhão

Os leitores da coluna convivem há meses com a refinada ironia de Celso Arnaldo. Hoje, quem ainda não a conhece será apresentado à indignação do jornalista Celso Arnaldo Araújo. Perplexo com a matança de crianças maranhenses, resultante da falta de leitos na capitania hereditária da famiglia Sarney, ele conta neste post a saga das Isabellas sem-imprensa:

Acompanho, com horror e nojo, a cobertura de mais uma tragédia maranhense: a morte em série de crianças, inclusive recém-nascidas, por falta de leitos de UTI no estado.

A Folha deste domingo registra a 16ª morte do ano ─ a vítima é Mayara Francelino, 8, que agonizava há nove dias, em leito comum, numa sala abafada e imunda, com meningite, à espera de uma vaga em unidade de terapia intensiva em sua cidade, Imperatriz.

Nem uma liminar obtida na Justiça, obrigando o governo maranhense a lhe oferecer UTI, mesmo que fosse em clínica particular, conseguiu materializar a tempo o tratamento que talvez lhe desse alguma chance de sobrevivência. A UTI só apareceu quando era tarde demais.

Mayara é a vítima de número 16 de mais essa incúria do governo instalado no Palácio dos Leões, em São Luís, que há mais de 40 anos abriga, com fausto, pompa e riqueza progressiva, uma família de hienas que se refestelam na carniça de seu povo. O estado tem o pior índice de IDH do país, a pior educação e o pior sistema de saúde, entre outros superlativos do mal.

No ano passado, 43 outras crianças morreram no Maranhão nas mesmas circunstâncias. O mesmo governo que sonega a essas crianças, ainda no útero das mães, condições sociais mínimas de nutrição e bem-estar, mata-as assim que vêm ao mundo, ou um pouco mais tarde, porque devem ter faltado pelo menos 13 milhões de dólares para a instalação dos necessários leitos de UTI infantil, a fim de atender às vítimas da contaminação pela miséria e pelo descaso, que resultam em baixo peso ao nascer, desnutrição, infecções oportunistas.


Ouso afirmar que os 13 milhões de dólares de Fernando Sarney que tomavam sol nas Bahamas têm a ver com as mortes dessas crianças. E que essa tragédia está intimamente relacionada à atuação dos Sarneys, que há 40 anos sugam e desgraçam o Maranhão.

Leio os jornais com horror, nojo e uma ponta de sentimento de culpa: enquanto perco tempo e verve analisando as crônicas mambembes do patriarca dessa família infame, relevo o fato de que ser o pior escritor do mundo é o mais leve de seus delitos.

Teria José Sarney a decência e a coragem de assinar um texto sobre Mayara ─ como se arvorou em fazer, numa crônica da Folha, a respeito de uma menina haitiana que ele identificou como MJ, amputada a sangue frio num hospital de campana improvisado em Porto Príncipe?

A inicial é a mesma. E há outra coincidência: MJ foi vítima de uma catástrofe natural; a pequena Mayara, também ─ a perpetuação do governo Sarney no Maranhão é uma catástrofe natural, e muito mais mortal, porque acumula danos há mais de 40 anos, instabilizando, pela miséria eterna, os níveis subterrâneos do terreno social do estado.

O governo Sarney não socorreu Mayara a tempo ─ nem com ordem judicial. Mas era uma ordem difícil mesmo de cumprir: não há leitos suficientes no estado, nem à força.

Com o cinismo que é de família, a governadora, só depois da morte de Mayara e de outras 58 crianças Sem-UTI, designou 5 milhões de reais para a criação de um punhado de leitos no hospital onde agonizou a menina - o Hospital Municipal Infantil de Imperatriz, conhecido, à propos, como Socorrinho.

Noves fora os 20 ou 30% dessa verba que vão morrer no caminho, sem passar pela futura UTI, até diretores do Socorrinho acham que a coisa vai continuar como está e novas Mayaras morrerão: para abrigar uma unidade da terapia intensiva, o hospital precisaria rever radicalmente seus padrões de higiene, que estão abaixo dos da tenda onde MJ foi amputada.

Por força de hábito, mas me sentindo a pior das criaturas, passei os olhos pela crônica de José Sarney na Folha de sexta-feira: ele continua obcecado pelo avanço da internet, que mal conhece, agora ameaçando a sobrevivência dos jornais impressos.

No final, depois daqueles raciocínios escabrosamente sem nexo de que só o pior escritor do mundo é capaz, ele sentencia, bem a seu estilo:

─ Finalmente, como o rádio e a TV não mataram o jornal, a internet não o matará. Só quem pode matá-lo é ele mesmo, querendo ser internet ou fazendo mau jornalismo.

Podemos garantir ao cronista que, mesmo que essa previsão não se concretize, e o jornal impresso vá a encontro de sua morte, as gerações futuras terão acesso, num hipotético arquivo nacional da vergonha e do escárnio, a um pedaço de papel embolorado noticiando a morte de Mayara e das demais crianças maranhenses ─ cuja lembrança, um dia, assombrará também as futuras gerações da família Sarney.

As Isabellas do Maranhão são atiradas para a morte por pais-da-pátria que nem tentam enxergá-las das janelas dos palácios. Morrem sem barulho. E acabam esquecidas na vala comum reservada aos que jamais conseguirão aparecer na primeira página do jornal.

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domingo, 28 de março de 2010

Filho de Sarney pode ter repatriado US$ 1 mi

Para ex-doleiros e delegados, operação revelada pela Folha costuma ser usada por brasileiros que têm contas ilegais no exterior

Na Operação Faktor, PF captou conversas e e-mails de Fernando Sarney que tratavam de operações financeiras no exterior


O empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), pode ter trazido US$ 1 milhão do exterior ao remeter esse mesmo valor, a partir de uma conta mantida por ele nas Bahamas, para uma empresa na China.

A interpretação é de dois ex-doleiros e de dois delegados da Polícia Federal, que aceitaram explicar o significado da operação sob a condição de que seus nomes não fossem divulgados.

Como a Folha revelou no início do mês, Fernando remeteu US$ 1 milhão no começo de 2008 para uma empresa chamada Prestige Cycle & Parts (aparentemente um fabricante ou revendedor de acessórios de bicicletas), em Qingdao, na China. O dinheiro saiu da conta em nome de uma "offshore" movimentada por Fernando.

A dúvida é: por que o filho mais velho do presidente do Senado enviaria US$ 1 milhão para uma empresa de bicicletas na China? Os dois ex-doleiros dizem que esse tipo de operação, em que a empresa que recebe o dinheiro não tem relações diretas com quem fez a remessa, é típica de internamento de recursos. É o chamado dólar-cabo, operação em que um brasileiro que tem conta ilegal no exterior recorre quando precisa dos recursos convertidos em reais aqui no país.

Segundo os ex-doleiros, Fernando deve ter feito a remessa para a China a pedido de algum doleiro brasileiro. O doleiro, por sua vez, tinha um cliente no Brasil que precisava fazer essa transferência para a China. Num exemplo hipotético, esse cliente havia importado US$ 2 milhões, mas só declarou US$ 1 milhão às autoridades brasileiras. A diferença de US$ 1 milhão é paga por fora, sem impostos, e precisa sair de uma conta no exterior.

O doleiro casa essas duas necessidades. Num outro exemplo, ele pediria a Fernando para enviar o dinheiro para a China e entregaria a ele no Brasil o mesmo valor. Para fazer esse tipo de operação, o doleiro ganha uma comissão, de 1% a 2%.

Na Operação Faktor (ex-Boi Barrica), a PF captou, com autorização da Justiça, uma série de conversas e e-mails entre Fernando Sarney, familiares seus e amigos tratando de operações financeiras no exterior.

Numa delas, Fernando fala na necessidade de levantar US$ 2 milhões, de acordo com o entendimento dos policiais. Pelo diálogo, os investigadores acreditam que ele precisava trazer o dinheiro para o Brasil.

O filho do senador conversa com o empresário e seu amigo Gianfranco Perasso, apontado pela PF como um dos operadores da família Sarney para transações financeiras fora do país. Fernando chama Perasso pelo apelido de "China".

Diz Fernando: "Muito bem, porque eu não vou esperar aquela outra solução, não, viu China? A pressão está muito grande, eu vou resolver isso daquela outra forma que você".
"Quantos quilos você precisa?", pergunta Perasso.

"[...] Eu falei em quase dois americanos, mas não cheguei a tanto, não, tá? Mas você sabe do que eu preciso, né?", responde Fernando. No entendimento da PF, "dois americanos" era uma referência a US$ 2 milhões. Num dos relatórios da Faktor, a PF afirma que nem Fernando, seus familiares diretos ou Perasso declararam à Receita contas no exterior.

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Família Sarney não terá tratamento especial, diz Suíça

A presidente da Suíça, Doris Leuthard, disse ontem que seu país não fará diferença no tratamento de um escândalo de corrupção envolvendo a família Sarney apenas pela procedência ou importância política de seus membros. "Aqui tratamos todos de forma igual." Ela indicou que o dinheiro que teria sido bloqueado na Suíça - US$ 13 milhões em uma conta do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - poderá ser devolvido ao Brasil. Mas para isso o governo brasileiro teria de primeiro condenar o dono da conta.

"Aqui pouco importa se a pessoa é rica ou pobre, famosa ou não", afirmou ela, em resposta a uma questão sobre um possível tratamento diferenciado à família Sarney por estar relacionada a um ex-presidente do Brasil. Doris Leuthard ainda lembrou que, nos últimos meses, a Suíça abriu verdadeiras batalhas legais contra personalidades como o coronel Muanmar Kadafi, presidente da Líbia, e seu filho, assim como contra o cineasta Roman Polanski, acusado de abusos sexuais contra uma menor.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou a descoberta da conta e seu bloqueio, o dinheiro rastreado a pedido da Justiça brasileira não está declarado à Receita Federal. Fonte do Ministério da Justiça disse que os indícios sobre a existência de contas da família Sarney no exterior, administradas por offshores, em paraísos fiscais, apareceram em investigações da Polícia Federal (PF).

Eduardo Ferrão, advogado do empresário Fernando Sarney, afirmou ontem que não iria tratar do assunto. No fim da tarde, em contato telefônico, disse apenas: "Como o inquérito está sob sigilo, não vou me manifestar." Alvo da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faktor) da PF, o empresário foi indiciado por formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros crimes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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