terça-feira, 29 de março de 2011

CRIME CONTRA A POPULAÇÃO

O Jornal Nacional da Rede Globo, empresa associada à Mirante do grupo Sarney no Maranhão, mostrou em suas edições de quinta e sexta-feira passada duas matérias terríveis sobre a realidade do que é o governo de Roseana Sarney e o descaso para os terríveis problemas enfrentados pelos maranhenses. As reportagens em questão divulgaram a trágica realidade dos flagelados pelas enchentes do Mearim em Trizidela do Vale e em Pedreiras. Nada do que foi conveniado pelo governo federal foi feito. Contei aqui o verdadeiro libelo proferido pelo pároco da matriz de Trizidela do Vale, motivado pela falta de apoio por parte do governo aos alagados que não receberam ajuda em 2009. 

Agora a Globo divulga o que se sabia. Nada foi feito e o que foi feito mostra imensa suspeição do que ocorreu naquele período. Casas novas recém-habitadas caindo aos pedaços, com as paredes se esfarelando, rachadas e com fendas enormes, uma verdadeira porcaria que exige explicações. Tão suspeitas que o empreiteiro foi chamado às pressas para reconstruir algumas com o único objetivo de evitar inquéritos e investigações. Deve ter tido a promessa de ser ressarcido mais tarde pelos custos. As casas foram construídas em ruas sem pavimentação e tampouco drenagem, cheias de crateras e sem esgoto. A frase que marcou os acontecimentos foi proferida por um ‘morador’ que falou: “Não sei o que é pior: ficar alagado onde estava ou aqui nessa casa que, de uma hora para outra, pode cair em minha cabeça”. 

Mas foi na edição do JN da sexta-feira que a Rede Globo mostrou o máximo de iniquidade a que pode chegar um governo no trato com a população pobre e desassistida desses municípios. Se algo comove a opinião pública no mundo, é o sofrimento dos atingidos por grandes calamidades vindas da natureza. Todos se compadecem e querem ajudar aos necessitados que ficaram sem nada. Em Trizidela e Pedreiras cidades que geralmente sofrem mais com enchentes repetidas no estado houve essa mesma comoção. Menos de Roseana e seu governo.

A matéria mostrou um convênio assinado pelo Ministério da Integração e o governo do estado para construção de conjuntos habitacionais nesses dois municípios destinados a realocação dos alagados. Convênio grande de R$25 milhões. Os terrenos escolhidos foram mostrados na reportagem. Repassou-se em sede de adiantamento o montante de R$2,5 milhões. Tudo certo, agora vai!

Não foi. O terreno que a Globo mostrou não tinha uma mísera estaca fincada, tampouco havia telhas ou pilhas de tijolo que pudessem demonstrar uma intenção mínima de cumprir a obrigação de contratar alguém para fazer as casas. E vejam: Isto dois anos depois da enchente. O que faltava? Nem me atrevo a responder. Cada qual dê sua resposta.

O fato é que até o governo federal, que sempre passou a mão na cabeça de Roseana, desta vez disse um basta. Mandou fiscalizar, nada encontrou e rescindiu o convênio por inadimplência. Não poderia ser diferente, dado o desprezo de Roseana e a inexistência de instância para que os flagelados pudessem reclamar do descaso, pois na televisão do Maranhão só são divulgadas matérias elogiosas ao governo. Geralmente muito longe da verdade dos fatos. E os R$ 2,5 milhões repassados? Onde estão? Foram devolvidos? 

Pergunto: o Ministério Público Federal já não teria motivos mais do que suficientes para investigar?

Não bastasse isso, agora pasmem, meus amigos. Sexta-feira em Brasília, antes da matéria ser veiculada pelo Jornal Nacional, Roseana Sarney estava reunida com a presidente Dilma Rousseff pedindo mais dinheiro para as enchentes do Maranhão. E sabem para que? Para construir casas...

Dizer o quê? É muita... Deixa para lá!

E esta é a realidade... Na verdade, está tudo desmoronando no Maranhão. A começar pelos próprios integrantes do governo que não se entendem. O aeroporto, a porta de entrada do Maranhão, está caindo e encontra-se interditado por 150 dias. Foi inaugurado por Roseana e Fernando Henrique Cardoso, que aqui com ela no governo, só entrou em fria. Lembram-se da famosa fábrica têxtil de Rosário?

Os professores estão parados por quebra de promessas da governadora para com a classe. Os policiais também, pelos mesmos motivos. É matança em presídios da capital e do interior, crimes em disparada, crise na saúde, denúncias de corrupção para todos os lados, transito caótico, nada funciona direito.

E os indicadores sociais, como não poderia deixar de ser, caindo vertiginosamente, conforme pesquisadores já começam a alertar.

A eleição, com fortes indícios de ilícitos, esta mesma que deu o governo do estado a Roseana por escassos 0,008%, penalizou fortemente o povo do Maranhão. Tudo seria muito diferente se Flávio Dino tivesse vencido a eleição. O Maranhão seria outro.

Para completar o cenário, o senador José Sarney lançou um livro que a revista Veja chamou de “autobiografia escrita por terceiros”, em que se sentiu a vontade para mudar toda a história a seu favor. Ali coloca a versão que gostaria que todos aceitassem de sua vida. Exagerou tanto que um amigo comum, surpreso, comentou comigo: “Espantei-me quando vi que Sarney lutou muito contra o regime militar. Desse jeito ele acaba merecendo uma indenização pelo que sofreu nesse tempo...”

Assim não dá.