terça-feira, 28 de junho de 2011

“ESTAVÁMOS NO RUMO CERTO”, DIZ IPEA


O governo federal está promovendo e tentando motivar parcerias com os governos estaduais e municipais para o programa de combate a pobreza extrema lançado pela presidente Dilma. Esta iniciativa tem promovido discussões sobre o assunto que enfocam em cada estado a situação local de pobreza extrema.
Na semana passada, em encontro promovido pelo Ipea e o Sebrae, o pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório apresentou trabalho intitulado ‘A Dimensão e a Medida da Pobreza Extrema no Brasil- O Caso do Maranhão’. Ele mostrou, baseado em dados da Pnad, que entre 2004 e 2009, o Maranhão reduziu a pobreza extrema em 47 por cento. Osório disse assim: “a queda do número de pessoas vivendo em pobreza extrema do Nordeste foi pouco menor que a do Brasil, mas a do Maranhão foi maior. No período entre 2004 e 2009, o Brasil teve reduzida a pobreza extrema de 8% para 5%, ou menos 42%. No nordeste, a redução foi de 19% para 11%, ou menos 40%. E no Maranhão, a redução foi de 27% para 13%, ou menos 47%.
Ou seja, em  2004 havia 1 milhão e 600 mil pessoas vivendo em extrema pobreza e em 2009 esse número havia sido reduzido para 827 mil, a maior redução do país.
A maior parte dessas pessoas vive nos pequenos municípios. E dessas, 63 por cento em suas áreas rurais.
Isso é prova mais do que suficiente para demonstrar que o rompimento político com a família Sarney e seu afastamento da condução do governo do estado fez muito bem ao Maranhão. O Ipea está aí mesmo para mostrar com os dados do IBGE que em 2002 o Maranhão ocupava o último lugar no ranking das unidades da federação em qualquer relação comparativa com base em quaisquer indicadores sociais. O progresso que ocorreu a partir de 2004, coincidentemente quando houve o rompimento político com a família Sarney, foi impressionante e foi o maior desenvolvido por estado no período!
É preciso observar que o Maranhão estava sofrendo na época um terrível bloqueio financeiro por parte do governo federal e até havia a proibição da visita de ministros e outras altas autoridades do governo federal. Até o presidente da República nesse período se ausentou por completo, não visitando o estado durante todo esse tempo. Tudo isso para atender o desejo do senador José Sarney, que pretendia sufocar o estado financeiramente e obrigar a nossa capitulação política.
Mas nós nos preparamos para a luta que adivinhávamos seria assim. Cercamo-nos da melhor equipe de governo que o Maranhão já viu e lutamos pela sobrevivência financeira e econômica do governo e do estado. A arrecadação estadual, que era de R$ 68 milhões/mês, subiu para R$230 milhões/mês, o maior crescimento proporcional do país no período e permitiu nos livrarmos pela primeira vez da dependência crônica do governo federal.
Obras vieram, como a ponte em Imperatriz sobre o rio Tocantins, Centros de Convenção em São Luis e Imperatriz, estradas, etc.  Todavia, foi na área social que o governo lutou para valer a fim de conseguir os resultados positivos que o Ipea mostrou depois. Sem propaganda falsa.
Foi a época da aprovação do Prodim, para combater a pobreza rural com recursos do Banco Mundial, hoje cancelado. Foi a época do Fundo de Combate a Pobreza, hoje totalmente inócuo. Do Saúde na Escola, que cuidava da saúde das crianças no próprio colégio, hoje extinto. Do programa Água em Minha Casa, que levou água potável para dentro das casas, também desativado. Do apoio ao Pronaf para a agricultura familiar, que colocou o Maranhão na liderança do programa no Nordeste junto com a Bahia, também desativado. Da implantação de escolas de ensino médio em todos os municípios estaduais (pois nos 217 municípios existentes no Maranhão, só havia ensino médio em apenas 57), hoje funcionando precariamente em muitos deles.
Enfim, ficaria enfadonho falar aqui de tudo o que foi feito na área social com o foco em diminuir a pobreza e a extrema pobreza no estado.
Nessa proibição a que fomos submetidos, foi bloqueada a construção da grande planta siderúrgica da Baosteel e da Vale, que estavam em acelerada marcha para implantação, incluindo duas viagens minhas à Xangai, na China, para assinatura de vários contratos e compromissos com a Vale e a companhia chinesa. Hoje esse é um projeto muito distante do Maranhão que, por interferência política, perdeu a hora certa de realizar esse grande empreendimento germinador da industrialização do estado.
Tudo isso que aconteceu, eu já havia mostrado aqui, baseando-me nos estudos do professor Lemos, todos confirmados.
Atualmente tudo está parado, nada funciona no estado.  Todos os programas que atuavam na área rural para melhorar a vida das pessoas hoje são apenas lembranças. E a governadora foi a única governante do Nordeste que não foi à reunião em Recife com o presidente do Banco mundial, quando este veio anunciar que dispunha de U$ 5 bilhões para combate à pobreza. O Maranhão foi o único estado que não apresentou projetos. Que vergonha!
Desinteresse total sobre o tema. O resultado disso serão terríveis estatísticas mostrando o aumento da pobreza no estado. Os indícios começam a chegar.
Agora, em meio do bombardeio midiático que fala em criação de 400 mil empregos, chega pelo terceiro mês consecutivo a informação obtida por intermédio das pesquisas do Caged do Ministério do Trabalho que neste ano só conseguimos criar 24 novos empregos.
A decadência é geral e em plena época junina, estação quente do turismo no nordeste, o Maranhão tem a notícia de seu aeroporto perdeu a categoria de internacional. É a desmoralização consolidada de um governo inerte...
De que valeu a luta para evitar que o Maranhão continuasse a resolver seus problemas causados por mais de 40 anos de oligarquia, quando o grupo de Roseana tira na marra o governador Jackson Lago do governo que vinha trabalhando certo (e os resultados estão ai para mostrar isso) para ocupar a gestão e parar o estado? Sim, porque ao invés de crescermos, estamos indo para trás, completamente paralisados?
Foi para isso que Roseana voltou ao governo?
E para continuar, viram o tal convênio com o Ministério do Turismo? É um verdadeiro escândalo esse convênio para construir a tal Via Expressa, já popularmente apelidada de “Avenida Shopping by Shopping”, que Roseana quer fazer de qualquer jeito, talvez a única obra de seu governo.
Com traçado forçado por interesses particulares dos patrocinadores, a via pretende valorizar o Sopping Jaracati (pertencente a Sarney e Jorge Murad) que até hoje caminha a passos lentos. Isso sem contar que ela começará em um shopping Center e segue até o outro, sem obedecer a nenhuma razão urbanística, pois se isso fosse levado em conta, ela deveria ser conectada à Av. Ferreira Gullar, um pouco mais abaixo. Assim, como esta obra pôde ser enquadrada como via turística pelo Ministério do Turismo? Na marra, como sempre.
E o chilique de Roseana Sarney em cima das ministras? Só pessoas que se sentem enfraquecidas em seu poder fazem um papelão desses...
Minha solidariedade a família do Professor, figura muito querida e respeitada da nossa sociedade, homem inteligente e culto, sempre uma companhia agradável e amiga. Não estava no estado e, portanto, não estive em seu velório. Saudades do amigo.